Mastite Bovina

Doenças do Gado Leiteiro: Mastite em Bovinos – Inflamação das Mamas

Entre as várias doenças do gado, a mamite ou mastite bovina, é caracterizada pela inflamação da glândula mamária das vacas leiteiras. É causada pelos mais diversos agentes. Os agentes mais comuns causadores de mastite na pecuária leiteira são as bactérias dos gêneros estreptococos e estafilococos. Outros importantes agentes causadores de mamite bovina são os coliformes.
O trabalho no controle da mastite bovina deve ser feito de maneira preventiva, pois é uma doença que está sempre para surgir repentinamente. Esta é uma doença relacionada ao manejo do gado leiteiro. Para se fazer uma prevenção adequada, é preciso considerar todo o manejo da propriedade. Quando os índices de mamite bovina se elevam, significa que uma ou mais ações dentro do manejo bovino está sendo executada de forma inadequada. Vale ressaltar que esta doença do gado leiteiro é rara e pode acometer qualquer uma das vacas em lactação.
Vaca com Mastite Bovina e outra com Mamas Resistentes à Doença
Vaca com Mastite Bovina e outra com Mamas Resistentes à Doença

Dentro deste manejo da propriedade devemos levar em consideração todo o processo realizado com os rebanhos bovinos diariamente dentro da propriedade rural, desde quando a criação de gado no pasto, vão para a ordenha e voltam para o pasto.
Não importando a forma de ordenha do leite, seja ela mecânica ou manual, deve ser observada a condução de todas as partes do processo, tendo em vista que  um dos grandes causadores da mamite bovina é a má condução da ordenha. No processo com ordenha mecânica de leite, os equipamentos devem ser utilizados como os fabricantes recomendarem. As trocas de peças e borrachas devem ser executadas dentro do que for estipulado, assim como o nível de vácuo deve estar conforme o recomendado, já que tanto o excesso como a falta deste vácuo são grandes fatores predisponentes para o aparecimento da mamite bovina.

Sintomas e Tratamento da Mastite Bovina no Rebanho de Gado de Leite

O teste prático que apresenta maior eficiência é o da caneca telada ou de fundo escuro, o qual deve ser feito a cada ordenha de leite. Ele detecta a mamite bovina clínica logo nos primeiros jatos de leite. Quando esta aparece, há um depósito de leucócitos (células de defesa) no canal da teta e estes leucócitos formam grumos que conseguem ser visualizados já nos primeiros jatos de leite. Estes primeiros jatos devem ser depositados na caneca de fundo escuro ou telada, onde os grumos serão visualizados mais facilmente devido ao contraste do fundo da caneca com os próprios grumos, que ficam mais aparentes. Quando isso ocorre, estamos diante da mamite bovina clínica.
Além do teste da caneca telada, há vários testes que podem auxiliar no diagnóstico da mastite bovina. O “CMT” (“California Mastitis Test”) é um teste que pode ser realizado no campo, muito prático, porém deve ser executado por profissional treinado. A contagem de células somáticas (“CCS”) é outro exame, feito em laboratório, que é usado para diagnóstico da mastite em bovinos. Estes dois métodos de diagnóstico são utilizados para diagnosticar a mamite bovina subclínica, que ocorre com certa freqüência no rebanho de gado. É a mamite bovina que não podemos enxergar a olho nu, porém é a precursora da mamite em bovinos clínica, a qual pode ser vista a olho nu.
Outro teste que pode auxiliar no diagnóstico da mamite bovina é a cultura.  Uma porção do leite afetado serve de amostragem e uma cultura em laboratório é feita. Este exame é utilizado para identificar o causador da mamite bovina.
Nestes casos assim, o animal deve ser retirado do recinto e sua ordenha deverá ser feita após os outros sadios terem sido ordenhados. Dependendo da gravidade da mamite bovina, o animal deve ser ordenhado fora do local de ordenha, para que não contamine o ambiente. Se a mamite bovina for crônica o animal deverá ser descartado.
O tratamento das vacas com mamite bovina varia de acordo com o caso apresentado. Em geral, os tratamentos devem ser precedidos de ordenhas sucessivas, em torno de quatro no período do dia, e havendo necessidade de medicamento tratar somente após a ultima ordenha.
Há medicamentos próprios para vacas em fase seca. Existe no mercado vários medicamentos para  prevenção de vacas neste período de descanso. É bom lembrar ainda, que estes medicamentos nunca devem ser utilizados para tratar a mamite bovina comum, tendo em vista que eles são próprios para a prevenção da mamite bovina no período seco.
No caso de controle adequado da mamite bovina, pode-se utilizar a linha de ordenha em que primeiramente são ordenhadas as vacas sadias, depois as que já tiveram mamite e foram curadas e, por fim, aquelas que estão sendo tratadas.
Fonte: Milkpoint

Dicas para prevenir e controlar a mastite
  • A higiene de ordenha e do ambiente é fundamental para a prevenção das mastites.
  • Os tratamentos dos casos clínicos diagnosticados durante a lactação devem ser feitos imediatamente.
  • Os animais afetados devem ser separados na ordenha ou deixados por último.
  • É fundamental fazer a terapia da vaca seca.


Não esqueça também
  1. Ordenhar os animais em ambiente limpo e calmo;
  2. Revisar freqüentemente o sistema de ordenha (ordenhadeira) e reparar imediatamente as alterações (vácuo, teteiras com fissuras ou muito velhas, etc);
  3. Fazer sempre os procedimentos de limpeza e desinfecção do sistema de ordenha de acordo com as normas dos fabricantes;
  4. Lavar com água limpa e de boa qualidade apenas os tetos muito sujos. Secar com papel-toalha descartável após a lavagem;
  5. Realizar o pré-dipping, ou seja, mergulhar os tetos completamente em solução desinfetante apropriada;
  6. Esperar 30 segundos, colocar as teteiras e ordenhar;
  7. Retirar as teteiras e realizar o pós-dipping com solução desinfetante apropriada;
  8. Fornecer volumosos de boa qualidade e em boa quantidade logo após a ordenha. Isso faz com que os animais fiquem de pé pelo maior período de tempo possível, uma vez que o esfíncter dos tetos leva entre 40 minutos e 2 horas para se fechar completamente;
  9. Se possível, estabelecer a "Linha de Ordenha", ou seja, ordenhar primeiros as vacas que nunca tiveram mastite e depois as que tiveram a doença, mas estão curadas e, por último, aquelas com doença estabelecida;
  10. Tratar todos os quartos mamários de todo as vacas à secagem;
  11. Após a secagem, manter as vacas em ambiente limpo e seco.

Fonte: Merial Brasil

Material: Mastite Bovina: Etiologia, Epidemiologia, patogenia e clínica




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