Atualmente, a produção de leite, no Brasil, passa por uma
grande transformação em virtude da nova realidade econômica mundial, com adoção
de modernas tecnologias, visando ao crescimento da produtividade. Essa
modernização tem sido decisiva para que a atividade leiteira passe de um modelo
extrativista para um modelo competitivo e sustentável.
Tal processo adquiriu uma velocidade inesperada para a nossa
realidade, transformando rapidamente o setor leiteiro. Alguns requisitos
básicos para que ocorram mudanças nos sistemas de produção de leite são o uso
de animais especializados, bom manejo reprodutivo, sanitário e nutricional e,
principalmente, o fornecimento de condições adequadas de conforto,
especialmente térmico. Esses requisitos independem do sistema de produção
adotado, seja ele baseado em pastejo ou em confinamento, com alto ou baixo
nível de concentrado, com vacas Holandesas, Jerseys, Pardas Suíças ou mestiças.
Os novos modelos de desenvolvimento da pecuária são
caracterizados por sistemas com tecnologias que se baseiam nos princípios de
sustentabilidade de produção. Devem gerar uma pecuária que tem como prioridade
o conforto e o bem estar dos animais. Pesquisas vêm comprovando que o fator bem
estar animal é determinante na viabilidade técnica e econômica dos sistemas de
produção. A partir dessa premissa básica é que poderemos definir os modelos
mais adequados para a nossa realidade, evitando novos equívocos, como foi a
implantação de sistemas super intensivos.
Os princípios gerais da criação dos animais em sistemas
sustentáveis devem ser baseados na ideia de que as espécies e raças devem ser
escolhidas a partir da sua capacidade de adaptação às condições edafoclimáticas
de cada propriedade. O estudo das relações entre animal e ambiente já define
muito bem as limitações e capacidade de se adaptar em determinada região. A
partir do conhecimento da estrutura
fisiológica do gado, então, é possível definir a raça a ser criada e o melhor manejo, visando
favorecer a melhor produção.
Desse modo, a lucratividade do setor vai depender de um elo
entre os princípios corretos de manejo e um ambiente confortável e de alta
qualidade para os animais. O entendimento das inter-relações básicas entre
conforto animal, desempenho e lucratividade tem despertado grande interesse
entre os técnicos do mundo todo, mas, apesar disso, muito ainda se tem a
conhecer sobre essa interação entre o homem e os animais.
É um tanto difícil definir o que é conforto para um animal,
mas, por observações cuidadosas e constantes do seu comportamento, saúde,
produção e reprodução, pode-se determinar os agentes que afetam seu desempenho.
Talvez, o principal e mais importante fator a ser
considerado para se tentar garantir conforto ao animal, em países localizados
nas regiões tropicais e subtropicais, é o de minimizar o efeito do clima, ou
seja, evitar que ele sofra as ações do estresse calórico. As condições
climáticas nessas regiões são um grande desafio aos produtores por afetarem os
três tipos de processos básicos dos animais: manutenção, reprodução e produção
de leite.
Para que haja sucesso na atividade leiteira, todos esses
processos têm que ser otimizados e é
nesse contexto que se insere os estudos do comportamento dos animais por meio
de suas reações aos ambientes físicos, sociais e biológicos. Ao se conhecê-las,
pode-se avaliar seu grau de adaptação, o que se reflete no desempenho produtivo
e reprodutivo.
0 comentários:
Postar um comentário